quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tempra turbo




 Lançado em 1994, o Tempra Turbo fez parte de uma ofensiva da Fiat para marcar a imagem de empresa inovadora. Para isso, a fábrica passou a criar versões de impacto de modelos já bem com conhecidos. Prova dessa ousadia foi essa versão, lançada apenas com carroceria duas-portas, numa época em que o mercado já começava a tender para os quatro-portas.

Equipado com motor quatro-cilindros de 2 litros de cilindrada e sobrealimentado por turbocompressor Garret, o Tempra Turbo tinha potência de 165 cv a 5.250 rpm e torque de 26,5 kgfm a 3.000 rpm. O turbocompressor trabalhava com pressão de 0,8 bar, suficiente para um excelente desempenho. Dados da fábrica apontavam aceleração de 0 a 100 km/h em aproximadamente 8,5 segundos, com velocidade máxima batendo os 220 km/h. Ao mesmo tempo a Fiat tentava conferir durabilidade ao propulsor.

Em virtude do maior desempenho, o Tempra Turbo contava com suspensão mais firme, devido às molas, buchas e amortecedores retrabalhados. A suspensão dianteira também apresentava cambagem mais negativa, a caixa de direção era 13 cm mais baixa do que na versão aspirada. Com o Turbo a Fiat introduziu uma nova posição dos braços transversais dianteiros, adotada posteriormente no restante da linha. O câmbio tinha o trambulador acionado por cabos apenas nessa versão, sendo mais preciso e agradável de operar do que o “convencional”.



Para diferenciar-se e acentuar o caráter esportivo, o Turbo não apresentava frisos protetores nas laterais. E vinha ainda com saias laterais pintadas na cor do veículo, rodas exclusivas de aro 14 pol e defletor na tampa traseira, com luz auxiliar de freio integrada. Ar-condicionado automático e alarme com acionamento pela chave eram itens de série.

Em 1995 a linha toda surge com novidades, que naturalmente são incorporadas ao Turbo, como nova grade e novo painel de instrumentos. Entretanto apenas ele contava com termômetro de óleo, manômetro de óleo e manômetro do turbo.

Já em 1996 o Tempra Turbo i.e. sai de linha, dando lugar ao Stile, que era disponível apenas com quatro portas. Novas rodas, novos faróis e lanternas traseiras, além da disponibilidade de couro bege no interior. Outra novidade estava no sistema de abertura dos vidros: assim como em alguns modelos Chevrolet atuais, o vidro se abria quando a porta era aberta, de maneira a facilitar seu fechamento. Em 1997 o Stile passa a contar com novas rodas, mas deixa de ser produzido.

Tanto o Turbo como o Stile apresentavam comportamento bastante parecido. Eram carros rápidos e ágeis, apesar de um certo retardo do turbo nas baixas rotações. Demorava até que o turbo “enchesse” e o motor realmente despejasse potência.

A suspensão (independente nas quatro rodas, tipo McPherson) teve de ser alterada em relação ao Tempra italiano “original” devido a sua não-adaptação ao piso brasileiro. Foram feitos reforços instalados no monobloco da versão nacional desse modelo, e o resultado dava ao Tempra um bom comportamento mesmo nas curvas mais rápidas. Mas as trocas de faixas repentinas, como as realizadas para desviar de algum obstáculo que surgisse de repente, demandavam certo cuidado – como aliás acontecia no Uno Turbo, carro com que iniciamos essa série sobre sobrealimentados de fábrica.

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